por Breno Lucano
Em 1367, ante o inquisidor que lhe indaga o que é o Livre Espírito, Joannes Hartmann responde: a abolição do pecado. Resultado: nosso livre pensador conhece os horrores da fogueira sob o pontificado de Urbano V. Mas em que consistia a heresia?
A necessidade perpassa a realidade, o mundo é tingido pelo que deve ser. Joannes, também conhecido como João, o Tecelão, entende que, portanto, não há culpa. Ora, para punir é necessário que se crie culpa, como o pecado original. E mais, essa falta é transmitida hereditariamente, de geração em geração, de modo que todos os homens, sem exceção, possam usufruir dessa falta. Apenas há culpa porque se é possível escolher - e escolher errado! Escolhendo fazer o mal, quando poderia fazer o bem, o homem se torna ontologicamente culpado. E a forma de expiar o pecado todos conhecem: trabalhar, conhecer a vergonha, parir com dor, envelhecer, morrer.
O querer de Deus está em tudo, ele é tudo. Assim, à semelhança dos Estóicos e, posteriormente, Holbach e Sade, João recomenda que se ame o destino, seja a forma ou maneira em que ele se manifestar.
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